"Ao mesmo tempo que quero muito mais, sei que já conquistei bastante"
>> sábado, 7 de novembro de 2009
Paola Oliveira chega como um furacão. É intervalo entre duas gravações de Cama de Gato, a novela das 6 da TV Globo, em que ela interpreta a vilã Verônica Brandão. “Infelizmente teremos apenas 40 minutos para conversar”, diz. Eu penso que talvez seja pouco. Mas estava errada. A atriz, paulistana de 27 anos, não é do tipo que perde tempo. Ela fala pelos cotovelos, os olhos ziguezagueando no ar em busca das melhores palavras, a voz fina com mais sotaque do que na televisão. Os gestos e o sorriso são largos, de quem quer abraçar o mundo – e está conseguindo.
Ela emplacou quatro novelas praticamente seguidas, sendo uma como protagonista, e tem recebido elogios por seu papel atual, como a nota 10 que ganhou da colunista e crítica de televisão Patrícia Kogut, de O Globo. “Essa vilã está ótima e mostra como o trabalho dela amadureceu”, diz Patrícia. Para Mauro Alencar, doutor em teledramaturgia pela Universidade de São Paulo, Paola “é uma atriz talhada para a telenovela” e chega ao amadurecimento com a vilã Verônica. “Ela convence pelo olhar”, afirma.
“Madura, eu?”, questiona a atriz. Apesar da experiência acumulada, ela afirma que ainda se sente realizando um sonho. “Parece que foi ontem que eu ficava em frente ao espelho imitando as atrizes das novelas, decorava suas falas e depois brincava de ser quem eu não sou.”
Se não madura, pelo menos feliz. “Ao mesmo tempo que quero muito mais, sei que já conquistei bastante”, diz, aboletada no sofá do apartamento de sua empresária, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Paola é filha de uma enfermeira e de um policial e formou-se em fisioterapia. Mas, por fazer alguns comerciais, acabou entrando num curso de atores. Em pouco tempo foi escolhida para viver a jovem mimada Giovana de Belíssima, em 2005. No ano seguinte, já era Sônia, a doce protagonista de O Profeta. “Foi um pouco assustador”, diz. Depois da tenista Letícia, de Ciranda de Pedra (2008), e de participações especiais em séries, foi convidada para o papel atual.
Ela emplacou quatro novelas praticamente seguidas, sendo uma como protagonista, e tem recebido elogios por seu papel atual, como a nota 10 que ganhou da colunista e crítica de televisão Patrícia Kogut, de O Globo. “Essa vilã está ótima e mostra como o trabalho dela amadureceu”, diz Patrícia. Para Mauro Alencar, doutor em teledramaturgia pela Universidade de São Paulo, Paola “é uma atriz talhada para a telenovela” e chega ao amadurecimento com a vilã Verônica. “Ela convence pelo olhar”, afirma.
“Madura, eu?”, questiona a atriz. Apesar da experiência acumulada, ela afirma que ainda se sente realizando um sonho. “Parece que foi ontem que eu ficava em frente ao espelho imitando as atrizes das novelas, decorava suas falas e depois brincava de ser quem eu não sou.”
Se não madura, pelo menos feliz. “Ao mesmo tempo que quero muito mais, sei que já conquistei bastante”, diz, aboletada no sofá do apartamento de sua empresária, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Paola é filha de uma enfermeira e de um policial e formou-se em fisioterapia. Mas, por fazer alguns comerciais, acabou entrando num curso de atores. Em pouco tempo foi escolhida para viver a jovem mimada Giovana de Belíssima, em 2005. No ano seguinte, já era Sônia, a doce protagonista de O Profeta. “Foi um pouco assustador”, diz. Depois da tenista Letícia, de Ciranda de Pedra (2008), e de participações especiais em séries, foi convidada para o papel atual.

Vilões costumam ser o desejo de vários atores que buscam mostrar versatilidade. Com Paola não foi diferente. “Ralei para construir essa vilã de novela das 6, que é um horário mais ingênuo”, diz. A teoria televisiva parece encantá-la. Por um bom tempo, ela explica a natureza de cada horário, seus perfis da audiência e as características que diferenciam os personagens. “Eu estudo, quero saber de tudo e sou muito caxias.”
Como nem sempre pode estar em casa na hora da novela, comprou uma minitelevisão para não perder nenhum capítulo. Mas quase sempre acha que poderia ter feito melhor. Por isso evita revisar as cenas no set, como faz a maioria dos atores. “Provavelmente eu pediria para repetir mil vezes, então é melhor assistir com tudo pronto, sabendo que não tem volta.” Toca o rádio de Paola. É do estúdio. Está quase na hora. “Chego aí em 15 minutos”, diz a atriz, dando uma piscadinha para mim. Ela não gosta de se atrasar e sabe que, de onde está, não chegaria lá nesse tempo mesmo que saísse naquela hora. Mas já tem experiência suficiente para saber que horários de gravações são voláteis. Volta ao assunto: “O meu empenho não é porque tenho uma profissão exposta. Quando eu pensava que seria fisioterapeuta, queria ser a melhor. Ter minha clínica, fazer voluntariado. Sempre quis ser realizada e reconhecida, no que fosse”, afirma.

O cinema está nos planos da atriz. Em julho de 2010, ela estará em cartaz no papel principal de Uma Professora Muito Maluquinha, da obra de Ziraldo. “A personagem é uma moça do interior, doce mas obstinada, que gosta de deixar de lado a régua e o quadro negro e inventar um novo jeito de ensinar seus alunos.” Paola se identificou com a professorinha. “Ela é como eu, gosta de ver o lado bom do avesso das coisas.”
A atriz dá como exemplo sua relação com os paparazzi, que recentemente a perseguiram por causa de seu novo namoro, com o também ator Joaquim Lopes. “Fico pensando que eles fazem isso porque precisam pagar suas próprias contas. Vendo pelo lado humano, a raiva até diminui”, brinca. Sua estreia na tela grande, porém, não teve nada de infantil. Ano passado ela protagonizou o longa-metragem Entre Lençóis, em cenas sensuais ao lado de Reynaldo Gianecchini, e diz que aparecer seminua não foi fácil. “Mas foi dentro do meu limite”, afirma. Não, ela não pensa em posar nua. Pelo menos por enquanto. “Eu tenho compromisso comigo mesma de fortalecer minha carreira de atriz. Não quero dar passos maiores do que meus pés. Ainda não consigo fazer novela, teatro e cinema ao mesmo tempo, como tanta gente. Quero cuidar de uma coisa de cada vez, para dar tudo certo.”
Sua dedicação não passa despercebida. “Paola tem vocação para atriz e é absolutamente atenta a tudo que se pede, uma qualidade importantíssima para a evolução”, diz o diretor Ricardo Waddington, com quem a atriz está trabalhando pela primeira vez em Cama de Gato. “Além disso, é um dos closes mais bonitos da nossa televisão.”
A beleza de Paola realmente impressiona. Não é truque de TV. De perto, maquiagem muito leve, tem a pele de veludo, sorriso perfeito e olhos puxados que parecem sorrir o tempo todo. Os traços, clássicos, remetem a estrelas de Hollywood da década de 50, como Grace Kelly e Kim Novak. Mas, do pescoço para baixo, ela admite que não é fácil manter a forma. Tem os quadris largos e as pernas grossas – o típico corpo de violão. E adora comer. “Como a televisão engorda, tive de mudar meus hábitos desde a primeira novela”, conta. Hoje, ela não sai para o trabalho sem sua “malinha especial”: marmita com grelhados e salada, além de barras de cereais e frutas secas para beliscar durante as gravações. “Se não for assim, eu caio dentro do pão de queijo e do brigadeiro.”

No Carnaval deste ano, como madrinha de bateria da Grande Rio, abalou a avenida com o corpo malhado e a barriga sarada. Foi a preferida do público em enquetes de vários sites e em 2010 repete a dose. “Para esta paulista branca azeda, o Carnaval é uma coisa mágica”, afirma. Paola diz que ser rainha dessa festa é como compor mais um personagem. “Se você perguntar qual o meu sonho, digo que sempre foi ter várias vidas, ser várias pessoas diferentes.”
Mas quem é Paola? “Eu sou aquela que não para. Sou ariana, quero tudo ao mesmo tempo. Falo com todo mundo, gosto que brinquem comigo. Até os porteiros dão palpite no meu trabalho.” Ao comentar uma das fotos do ensaio, em que está de vestido e tênis, ela diz que se sente desse jeito: “Sou moleca, sou uma princesa rebelde”. E ri muito de sua própria definição, já de pé, pronta para voltar ao batente. “Dá para perceber que isso era tudo que eu queria?”, pergunta, sem esconder que está exultante. Mal dá tempo de responder. Ela pega sua malinha, despede-se e segue em frente.
As malvadas que inspiraram Paola
1. Renata Sorrah como Nazareth, em Senhora do Destino: “Ela é mais escrachada do que Verônica, mas é uma referência forte, porque eu vi e adorei a novela”.
2. Glória Pires como Maria de Fátima em Vale Tudo: “É uma grande atriz e soube fazer maravilhosamente o papel de uma dissimulada, como a minha personagem”.
3. Bette Davis em A Malvada: “É um clássico da maldade feminina, não há como não ver e aprender quando se vai fazer uma vilã. Uma aula”.
4. Rebecca de Mornay em A Mão que Balança o Berço: “Ela tem uma maldade construída a partir das decepções de seu passado, igual à Verônica”.
Fonte: Criativa
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